7 de abr. de 2013

Doctor Who: Review 7x07 - The Rings Of Akhaten



Vou entrar em uma discussão aqui sobre a serie antes de começar a falar sobre o episodio especificamente. Entre o episodio sete e oito conversei com muita gente sobre essa era Moffat e como muita gente está achando que com ele a serie está perdendo toda a magia que antes era encontrada 100% com Russell. Amo a era Russell, e ele fazia Doctor Who com maestria. Todo final do episodio minha vontade de entrar naquela Tardis e viajar com o David Tennant era enorme, e a magia e inocência da serie era maravilhosa. Agora claramente há um bom tempo tudo isso mudou, mas não considero isso um efeito negativo, apenas que mudanças são necessárias. Moffat tem uma outra linha de pensamento e tudo para ele tem que ser grande, afinal olha o que ele já está fazendo com a Clara, e a mulher mal entrou. Tento aproveitar o máximo dessa linha da historia, a season 6 para mim foi a mais fraca e uma tentativa de ser "demais", e pelas mudanças nessa nova temporada parece que as coisas estão se endireitando. O fato é que ainda quero entrar na Tardis após cada episodio, só que com o Matt Smith. Eu só espero que o Doctor comece a ter um destaque maior (o que não aconteceu na temporada anterior onde Amy e River protagonizaram mais)  e que tudo continue lindo e que a serie ainda nos proporcione um momento para escapar das nossas realidades para nos aventurarmos  com o Doctor e sua Tardis.

Agora entrando no episodio, para todos aqueles que falaram que faltava mais Doctor e suas criaturas estranhas e “magicas”, quer uma galera mais estranha misturada igual esse episodio? Não consigo nem lembrar direito de tanto alien que tinha ali.

Mas vamos começar do começo. O episodio começa com a historia de Clara, na verdade dos pais de Clara, uma bonita historia que nos fez entender o porquê daquela folha guardada em seu livro e ser a “primeira pagina de tudo”. Nos mostra também que Doctor acompanhou cada um desses momentos e o mais importante, para se certificar que essa moça é realmente uma humana, uma menina comum. Porém apesar do discurso que ela deu no final do episodio falando que ela é somente a Clara, sabemos que muita coisa vai rolar ainda, mas a historia dela está sendo apresentada aos poucos e vejo isso positivamente.

Enquanto Doctor e nós ainda não sabemos Who the hell is Clara, viajamos com eles para Akhaten que estava tendo uma espécie de convenção de uma galera estranha para louvar um Deus louco daquele lugar.

Então não queria entrar no assunto religião, mas será necessário pois É A HISTORIA DESSE EPISODIO, nunca vi uma metáfora tão grande nessa serie sobre esse assunto. Um Deus que faz todos os seres o louvar e fazer sacrifícios e se alimentar de suas lembranças e os castigar, por um momento comecei a gritar O QUE É ISSO? Conseguiram fazer uma menção do que exatamente acontece aqui, nesse mundo, nessa Terra e com esses seres que habitam esse planeta!

“Os elementos do seu corpo foram concebidos a milhões de anos no coração de uma estrela distante que explodiu e morreu. Essa explosão espalhou esses elementos através da solitária profundeza do espaço. Depois de muitos milhões de anos esses elementos se uniram para formar novas estrelas e novos planetas. E foi assim por diante os elementos se uniram novamente e explodiram formando navios e sapatos e lacres e repolhos e reis.”

O QUE??? Com certeza vai ter gente tentando ver outro ponto de vista ou outros vão ficar bravos porque tocar em religião é sempre um auê ou vão ter até aqueles que vão ter achado tudo isso fraco porque o sol comeu a folha e que sem sentido,  mas é isso ai sim, sem rodeios, sem mascaras, e sem precisar de explicações, tudo ai, embutido nessa fala. Um Deus não se alimenta do seu corpo e sim da sua alma, e a alma é feita de historias, não de átomos. Genial. 

Tudo isso junto com a galera estranha cantando musicas que poderiam entrar na setlist do fantasma da opera e dos miseráveis!
Achei o episodio GRANDE, grande de uma forma inexplicável, e honrável por ter tocado em um assunto como esse e tão verdadeiramente no estilo Doctor Who de ser. Palmas infinitas.

ps: quem reparou no óculos de Amy Pond que o Doctor continua guardando?